segunda-feira, 17 de março de 2008

Chagas do Tempo

Há muito tempo que te amo em segredo,
por entre as flores do jardim do medo,
e, enquanto o tempo vai fazendo estrago,
sigo sozinho sem nenhum afago.

Há muito tempo que te vejo longe,
por entre as estrelas, com olhos de monge,
e, enquanto o tempo vai fazendo pouco,
sigo sonhando este sonho louco.

Há muito tempo que te toco em sonho,
por entre as nuvens, flutuar risonho,
e, enquanto o tempo vai fazendo hora,
sigo aqui dentro, e você lá fora.

Há muito tempo que te falo mudo,
por entre as noites que encobre tudo,
e, enquanto o tempo vai fazendo morte,
sigo calado ao sabor da sorte.

Há muito tempo que te quero minha,
por entre as redes, em que tu caminhas,
e, enquanto o tempo vai fazendo vida,
sigo perdido sem a flor querida.



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